Timor Hau Nian Doben
Suspeita-se que um agente da Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC), identificado pelas iniciais FMG, tenha utilizado uma arma de fogo para ameaçar três jovens na área Delta 4, nos arredores de Díli, na madrugada de sábado.
Segundo a ordem de eventos, FMG disparou duas vezes para o ar, intimidando três jovens, todos com 17 anos, Salvador Leitão, Belo Ximenes , Adérito Plácido Moreira e Abílio Alberto Soares Carlos . No momento do incidente, os três jovens estavam a vender produtos quando o agente se aproximou deles com uma pistola e, depois de os ameaçar dizendo "Vou disparar sobre vocês" e deu dois disparos para o ar. Os jovens fugiram e procuraram refúgio em casas de residentes locais.
Os jovens apresentaram de imediato queixa no Departamento de Investigação Criminal (DIK) do Comando-Geral da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).
O chefe do DIK, Superintendente, João Belo dos Reis, confirmou que a queixa foi recebida e garantiu que será conduzida uma investigação para apurar os factos e encaminhar o caso ao Ministério Público. "Os envolvidos pertencem a outra instituição. Não posso comentar mais sobre o assunto neste momento", afirmou aos jornalistas no Quartel do Comando-Geral da PNTL, em Caicoli.
Belo dos Reis classificou o caso como grave e sublinhou que só a investigação esclarecerá as razões do incidente.
"Consideramos esta situação muito séria. Assim que o processo estiver concluído, será entregue ao Ministério Público para os devidos procedimentos legais", acrescentou.
Reforçou ainda que o uso de armas na polícia é exclusivamente para fins de serviço e nunca para ameaçar cidadãos, sendo tais ações consideradas crime grave.
Uma das vítimas, Abílio Carlos, explicou que no momento do incidente ele e os colegas estavam a vender cigarros na área e não tinham qualquer problema com o agente.
"Não o provocamos. Estávamos apenas a vender cigarros. Não sabemos por que razão nos tratou daquela forma", contou Abílio.
O jovem acrescentou que o agente em questão já tinha demonstrado anteriormente comportamentos ameaçadores para com outros jovens na mesma área.
O diretor da Polícia Científica , Vicente Fernandes e Brito, confirmou o incidente, reconhecendo que o membro envolvido é um investigador da organização. No entanto, devido ao princípio da presunção de inocência, não revelou o nome do agente, mas garantiu que será aplicada uma sanção disciplinar.
"Recebi a informação hoje. Temos procedimentos próprios. Nenhum investigador ou especialista da PCIC será imediatamente afastado das suas funções sem o devido processo", explicou Vicente Fernandes.
Embora não se trate de uma investigação interna, devido aos fortes indícios apresentados, será aplicada uma sanção disciplinar direta ao agente.
"Não será um processo de averiguação, mas uma sanção imediata, porque há provas claras de que o agente ameaçou cidadãos com uma arma de fogo", concluiu Vicente Fernandes.
Fonte, Tatoli em Tétum.
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