Timor Hau Nian Doben
O ministro da Administração Estatal, Tomás Cabral, proibiu ontem a cobertura jornalística da cerimónia de transferência de funções do presidente cessante da Autoridade Municipal de Díli, Gregório Saldanha, também conhecido como Mouris.
Apesar de a Autoridade Municipal de Díli ter convidado a comunicação social para o evento, os jornalistas foram impedidos de entrar por seguranças do ministério.
“A ordem é esperar lá em baixo. Só poderão entrevistar o Presidente da Autoridade Municipal depois de ele sair”, afirmou um dos seguranças, sem dar mais justificações.
A situação agravou-se quando Gregório Saldanha entrou no edifício, enquanto os jornalistas permaneciam retidos nas escadas, frustrados por não conseguirem acesso à cerimónia. Após o evento terminar, novas tentativas de entrevistar o presidente cessante foram novamente bloqueadas, com os profissionais de comunicação social sendo redirecionados para o edifício da Autoridade Municipal.
Um segurança justificou a decisão afirmando que o ministro “não responde à comunicação social”.
O episódio gerou uma onda de críticas entre os jornalistas, que acusaram o Ministério da Administração Estatal de “falta de transparência e de desrespeito à liberdade de imprensa”.
Nas redes sociais, cidadãos timorenses expressaram preocupações e levantaram dúvidas sobre a situação.
“Será este um caso isolado ou o início de uma política de silenciamento da comunicação social deste governo?”, questionou um internauta.
Mouris anunciou ontem a sua demissão do cargo, apontando falta de autonomia administrativa e preocupações éticas e sociais relacionadas com os despejos administrativos em Díli.
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