sábado, 7 de dezembro de 2024

O MÉTODO DE JACARTA E A INVASÃO DE TIMOR PELA INDONÉSIA

Zizi Pedruco

Há umas semanas que alguns líderes timorenses trocam acusações sérias na comunicação social, atirando culpas uns aos outros pelo conflito de 1975 culminando com o discurso de Ramos-Horta no dia da Restauração da Independência quando o Presidente da República acusou a Fretilin de massacres em Aileu e em Same perante os seus convidados de honra,  o general Wiranto e outros generais indonésios, em Oecussi.

Sobre este assunto já escrevi o que tinha que escrever e a razão porque estou a escrever hoje é outra, um livro pertinente ao dia de hoje, 7 de dezembro. Achei que talvez Horta podia ficar um pouco mais inteligente se lesse este livro, para que pense antes de falar.

Acabei há dias de ler o livro, “ The Jakarta Method” de Vincent Bevins, em Português“ O Método de Jacarta” e com a leitura deste livro percebe-se ainda melhor os motivos da invasão de Timor-Leste pela Indonésia. Estava a executar com rigor o método de Jacarta, a “cruzada anticomunista de Washington e o programa de assassínio maciço que moldou o nosso mundo”. 

Com a desculpa de que os “putos” cabeludos da Fretilin :) (não se zanguem comigo) com uma linguagem um pouco radical eram comunistas -foram sim uns valentes heróis- a invasão foi justificada; evitar uma “Cuba na Ásia” e apressadamente e com consentimento de Nixon os generais Indonésios implementaram "Operasi Seroja" e foi o início de uma guerra que matou mais de 200 mil timorenses, o método de Jacarta implementado a rigor em Timor-Leste. 

Fica aqui a sinopse do livro que copiei da livraria Bertrand.

“Em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes. Este foi um dos mais importantes pontos de viragem na história do século XX. A eliminação do maior partido comunista fora da China e da União Soviética inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile. Na época, estes acontecimentos passaram despercebidos, precisamente porque as intervenções secretas da CIA foram muito bem-sucedidas. Vincent Bevins partiu das corajosas reportagens que fez para o Washington Post e recorreu a documentos desclassificados, à pesquisa em arquivos e a testemunhos oculares recolhidos em doze países para revelar um legado chocante que se estende por todo o globo.”

Boas leituras, senhores leitores.

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