Zizi Pedruco
Há umas semanas que alguns líderes timorenses trocam acusações sérias na comunicação social, atirando culpas uns aos outros pelo conflito de 1975 culminando com o discurso de Ramos-Horta no dia da Restauração da Independência quando o Presidente da República acusou a Fretilin de massacres em Aileu e em Same perante os seus convidados de honra, o general Wiranto e outros generais indonésios, em Oecussi.
Sobre este assunto já escrevi o que tinha que escrever e a razão porque estou a escrever hoje é outra, um livro pertinente ao dia de hoje, 7 de dezembro. Achei que talvez Horta podia ficar um pouco mais inteligente se lesse este livro, para que pense antes de falar.
Acabei há dias de ler o livro, “ The Jakarta Method” de Vincent Bevins, em Português“ O Método de Jacarta” e com a leitura deste livro percebe-se ainda melhor os motivos da invasão de Timor-Leste pela Indonésia. Estava a executar com rigor o método de Jacarta, a “cruzada anticomunista de Washington e o programa de assassínio maciço que moldou o nosso mundo”.
Com a desculpa de que os “putos” cabeludos da Fretilin :) (não se zanguem comigo) com uma linguagem um pouco radical eram comunistas -foram sim uns valentes heróis- a invasão foi justificada; evitar uma “Cuba na Ásia” e apressadamente e com consentimento de Nixon os generais Indonésios implementaram "Operasi Seroja" e foi o início de uma guerra que matou mais de 200 mil timorenses, o método de Jacarta implementado a rigor em Timor-Leste.
Fica aqui a sinopse do livro que copiei da livraria Bertrand.
“Em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes. Este foi um dos mais importantes pontos de viragem na história do século XX. A eliminação do maior partido comunista fora da China e da União Soviética inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile. Na época, estes acontecimentos passaram despercebidos, precisamente porque as intervenções secretas da CIA foram muito bem-sucedidas. Vincent Bevins partiu das corajosas reportagens que fez para o Washington Post e recorreu a documentos desclassificados, à pesquisa em arquivos e a testemunhos oculares recolhidos em doze países para revelar um legado chocante que se estende por todo o globo.”
Boas leituras, senhores leitores.
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