Lusa - Isabel Marisa Serafim
Díli, 30 nov 2024 (Lusa) – O antigo primeiro-ministro timorense Taur Matan Ruak afirmou que a melhor reconciliação é a que “sai do coração”, referindo-se à recente indignação social provocada com um convite ao líder das milícias para participar nas celebrações da declaração da independência.
“Vão ter de deixar o tempo se encarregar um bocadinho, enquanto moral e psicologicamente as pessoas não estão preparadas, não para a generalidade da reconciliação, mas para fações muito concretas, o caso do Eurico Guterres”, disse Taur Matan Ruak.
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, convidou o antigo líder da milícia Aitarak para participar nas celebrações do 49.o aniversário da declaração unilateral da independência, que se assinalou na quinta-feira em Oecussi, provocando a indignação social.
Eurico Guterres liderou a milícia Aitarak, responsável por vários ataques em Timor-Leste e pela destruição de Díli, após o referendo de 1999, que determinou o fim da ocupação da Indonésia e a restauração da independência, em 20 de maio de 2022.
“É louvável que um Presidente da República o tenha feito, mas a sociedade não está preparada, não é que não queiram, não estão preparados. Isso significa deixar mais um bocadinho, que o tempo ajuda a apaziguar melhor”, salientou Taur Matan Ruak.
Segundo o também líder do Partido de Libertação Popular (PLP), a “melhor reconciliação é a que sai do coração”.
“É um processo interno, o externo pode influenciar, mas o interno é que determina”, afirmou.
Em relação aos acontecimentos ocorridos em 1999, Taur Matan Ruak disse que houve casos que a população ultrapassou, mas “há casos que ainda estão muito fresquinhos”.
“Não é que as pessoas não queiram, ainda não estão preparadas, para eles é cedo demais. Mas é sempre um ato louvável, mas é preciso ser muito cauteloso para depois gerir todo este problema emocional”, acrescentou.
MSE // VM Lusa/Fim
Foto, daqui.
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