quarta-feira, 30 de outubro de 2024

José Ramos-Horta: “Timor poderia ser um grande armazém de produtos portugueses”

Diário de Notícias - César Avó

A cumprir o segundo mandato como presidente de Timor-Leste, o homem que durante décadas foi a voz da resistência no exterior deseja que o estreitamento das relações com Portugal passe do papel. O Prémio Nobel da Paz defende um Conselho de Segurança da ONU com maior representatividade e sem direito de veto.

Na sua intervenção [nas Conferências do Estoril] disse que a China não é inimigo de ninguém, e comparou a questão da ameaça económica aos Estados Unidos com o Japão nos anos 80. 

Sobre a questão da adesão de Timor-Leste à associação de países do sudeste asiático (ASEAN) há quem refira que a proximidade de Díli a Pequim poderá ser um entrave. Isto tem algum fundamento? 

Não, não tem o mais pequeno fundamento, porque todos os países da ASEAN têm estreitas relações com a China. A Indonésia, por exemplo, tem uma parceria estratégica. O Camboja, aliás, tem uma posição diferente dos seus parceiros da ASEAN em relação à China. Por exemplo, na questão do Mar do Sul da China, tem a posição que é a chinesa. Não afeta, não afeta. Aliás, a nossa relação com a China não é menor, não é maior que a relação Austrália-China.

Qual é que tem sido o entrave?  

Nós já somos membros observadores. Participamos em todas as reuniões, desde o nível mais baixo ao nível das cimeiras de chefes de Estado. Para o ano é mais a formalização. Entraves, se assim se pode dizer, no passado, é a reserva de alguns sobre a capacidade dos timorenses de absorver o volume de reuniões. Sabe quantas reuniões anuais há? 1300. Não sei se é mais do que a União Europeia. E pergunta, vocês têm gente? Isso é realmente um problema, é cansativo, dispendioso. Mas até agora, em que nós participamos já como observadores, os ASEAN ficaram surpreendidos. Nunca faltámos a reuniões, contribuímos financeiramente para muitas atividades. Portanto, a nossa adesão plena já está adquirida, vai ser na última metade de 2025.

E que impacto é que isso terá?  

Impacto positivo na parte económica e comercial. Quando um país como o nosso integrar uma grande economia regional, que é a ASEAN, de 700 milhões de habitantes ou 4 biliões [de dólares no conjunto dos produtos internos brutos], nós só seríamos muito, como se diz, mentecaptos se nós não soubermos aproveitar. Veja o México, vizinho dos Estados Unidos. Quando o México aderiu ao Tratado da NAFTA beneficiou enormemente o seu desenvolvimento. 

Foi notícia há dias que as relações económicas de Portugal com os PALOP e com Timor-Leste decresceram. Nota isso? 

Eu creio que, se decresceu, tem a ver com o Covid-19, a crise da Ucrânia, em que o volume de comércio internacional baixou em todo o mundo.

Portugal e Timor-Leste assinaram há pouco tempo um acordo de cooperação de 75 milhões de euros em quatro anos. Que impacto poderá trazer? 

O primeiro-ministro Xanana [Gusmão] esteve aqui, portanto, esta matéria está nas mãos do primeiro-ministro e é positivo que tenha sido ele a vir assinar o acordo. O primeiro-ministro Xanana e o primeiro-ministro português vão desencadear todos os mecanismos financeiros e económicos nacionais para concretizar esses acordos. Porque muitas vezes os acordos ficam em acordos e depois não são executados. É muito típico da cultura latina. Nós gostamos de declarações de amor recíproco e depois não passa daí. E eu espero que uma coisa assinada entre os dois governos, sobretudo o de Xanana, que é uma pessoa de ação, acione os mecanismos timorenses para que finalmente haja um aumento das relações comerciais e económicas. E que favoreçamos companhias portuguesas, incluindo na área de construção.

Outro pilar desse acordo tem a ver com a educação.

Também, sim. A educação tem sido uma prioridade portuguesa. Portugal tem apoiado imenso com a escola pública portuguesa lá, que é muito, muito boa. As escolas de referência, em todos os municípios, são muito boas. O investimento é todo timorense nas escolas de referência. Nós é que damos as infraestruturas e pagamos um bónus aos professores portugueses que ensinam nessas escolas. Os professores mantêm os seus contratos em Portugal, mantêm os seus salários cá, e Timor-Leste paga um subsídio, creio que de dois mil dólares por mês.

E em relação ao setor privado, há investimentos portugueses em curso?  

Do setor privado português, muito pouco. Alguma exportação de produtos portugueses para Timor, que são muito populares, toda a gente compra produtos portugueses. Até do outro lado da ilha, na Indonésia, vêm a Díli comprar vinhos, produtos portugueses. Descobriram produtos de consumo de qualidade. Portanto, eu sempre defendi que Timor poderia beneficiar muito de empresas portuguesas constituírem-se em armazéns de carga em Timor-Leste, para reexportação a partir de Timor-Leste para o grande mercado indonésio, australiano, etc. Equipamento industrial, equipamento médico, indústria de laticínios, conservas, calçados, modas. Portanto, Timor poderia ser um grande armazém de produtos portugueses como Singapura é um grande armazém, Dubai é um grande armazém.

Mas para isso também faltam ligações mais práticas entre Portugal e Timor. 

Exato. E com isso as trocas comerciais são pequenas. 

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Violénsia hasoru vendedor ambulante sira iha Díli hatudu tendensia autoritaria - ONG



Lusa em Português - Tradução para Tetun de Timor Hau Nian Doben

Dili, 29 Out 2024 (Lusa) – Organizasaun não -governamental (ONG) ida hatete  katak violénsia hasoru vendedor ambulante sira iha Díli hatudu  “tendensia autoritaria” no “ desrespeitu ba direitu umanu baziku sira”, ne’ebé daudaun hahu halo“divizaun no konflitu” iha sosiedade.

“Aplikasaun violental “lei no orden” nian sei la’ós deit  violasaun direitus umanus sira, maibé mós fó divizaun no konflitu iha sosiedade nia laran”, dehan Fundasaun Mahein (FM), iha análize ida ne’ebé publika iha ninia pájina ofisiál .

“ Em vez  rekorre ba violénsia hodi intimida ema kiak sira ba konforma, líder sira tenke reflete ba sira nia responsabilidade rasik iha situasaun atual iha nasaun ida-ne’e”, destaka ONG ne’e.

Problema maka kampaña hosi despeju  no sobu sira ne'ebé hahu iha tinan ida ne'e hosi Governu, liu hosi Sekretaria Estadu ba Asuntu Toponímiku no  Organizasaun Urbana, hodi halakon konstrusaun ilegál sira no atividade ekonómiku sira ne'ebé laiha lisensa, no iha kazu balun, hala'o ona ho violénsia. 

Insidente maka  ikus akontese iha semana liuba, bainhira ofisial sira hosi Sekretaria Estadu refere no membru sira hosi polísia nian envolve iha baku malu ida ho vendedór ambulante sira iha Díli, ho mane ida hetan kanek ho tiru ida ne'ebé alegadamente tiru hosi membru ida hosi forsa seguransa nian.

“Diskursu públiku ne’ebé justifika uzo violénsia mos preokupante. Deklarasaun sira ne’ebé sujere katak forsa estadu sira iha justifikasaun atu uza violénsia tanba “se lae ema sei la rona” kontradiz ho prinsípiu sira Repúblika Demokrátika ida nian, ne’ebé harii iha Estadu Direitu no respeitu ba dignidade umana,” afirma Fundasaun Mahein.

Ba ONG, deklarasaun sira ne'e fó hanoin fali kona ba "ditadura militár indonézia nian, ne’ebe Estadu ida ne  justifika brutalidade no violénsia iha naran  orden no estabilidade”.

“FM tauk katak normalizasaun violénsia Estadu nian hodi impoin orden sei hamosu presedente perigozu ba interasaun futuru entre Estadu ho sidadaun sira,” nia alerta.

Ba FM, komersiu ambulante no konstrusaun ilegal hanesan sinal “problema estruturál ne’ebé profundu liu” no revela fallansu husi autoridade sira iha “modernizasaun ekonomia no sosiedade”.

"Em vez de, sira konsentra sira nia enerjia barak liu iha kompetisaun ba poder, no, bainhira iha poder, implementa mega projetu sira ka eskema sira ne'ebé hariku elite sira no sosa apoiu polítiku", akuza ONG ida ne'e.

Organizasaun  dehan mós katak sekretariu  Estadu nia kampana “kontrasta maka’as ho impunidade ne’ebé elite polítika no ekonomika Timor-Leste nian goza”.

"Enkuantu sidadaun baibain sira hetan persegisaun, baku no sobu sira nia uma no estraga sasan sira, elite sira goza imunidade ba violasaun lei nian ne'ebé maka grave liu", afirma FM.

Ba Fundasaun, "violénsia" no "tátika represivu sira" la'os solusaun ba problema sira ne'e no husu ba Governu atu "konsidera hikas aprosimasaun", hodi foka ba análize "kauza kompleksu liu hosi informalidade no pobreza iha Timor-Leste".

terça-feira, 8 de outubro de 2024

AS CUECAS E A BOCA SUJA DE RAMOS-HORTA


Zizi Pedruco

Olá senhores leitores,

Durante anos eu vinha a este blogue diariamente, na mesa onde eu trabalhava para este blogue tinha uma camarada pequenina, minha filha mais nova, que estudava afincadamente perto de mim todos os dias para entrar na Faculdade de Direito, conseguiu entrar e eu suspirei de alívio e tirei umas férias de blogues.

Tal como eu, quando era mais nova, a futura jurista sonha em mudar o mundo, eu já estou velha para isto, mas ela ganhou uma bolsa de estudo choruda, bem choruda, porque quer “mudar o mundo”, eu por querer mudar o mundo apenas ganhei foi valentes dores de cabeça e aprendi a dizer valentes palavrões, o seu a seu dono.

Mas vai-não-vai recebo notícias de leitores deste blogue  e desta vez fui alertada de que o Presidente da República de Timor-Leste, o tal que se gaba que a sua personagem é de gabarito internacional, fez uma publicação sobre as suas cuecas sujas que ele próprio as  lavou, épá! Fiquei incrédula e de certa forma enojada. Ao que isto chegou, um chefe de Estado com este comportamento infantil, patético e completamente desproporcionado ao cargo que este idiota ocupa!

Estes canalhas  governam esta terra como se fosse a casa deles, oferecem cargos a amigos e sentem-se tão à vontade com a  merd@ que fazem que agora até as cuecas lavam no Facebook, esquecendo que foram eleitos por um povo que já sofreu tanto e continua a sofrer. São estes gajos que se julgam de calibre internacional (uma treta!) quem mancham e desonram a luta de uma terra manchada de sangue e de um povo heróico. 

Esta malta, estes lafaeks mereciam mesmo que fossem considerados persona non grata em Timor-Leste, são uns canalhas que apenas governam o umbigo deles e dos que lhes são próximos, uma vergonha. 

Vão mas é lavar as vossas cuecas para o raio que vos parta, seus canalhas!!!

Como se não bastasse as cuecas sujas  do gajo que se intitula PR ainda teve o desplante nos comentários de ofender a mulher timorense afirmando que, “ algumas mulheres vêem os deputados nos seus carros Prados e as cabeças delas ficam logo malucas”.

Pois é Ramos-Horta, só se forem as mulheres da sua família ou as mulheres dos lafaeks porque a mulher timorense é uma SENHORA de verdade e não há Prados daqueles deputados ladrões que façam  uma mulher timorense perder a cabeça, a menos que, digo mais uma vez, se refira às mulheres da sua família ou às mulheres dos lafaeks…

Pouca-vergonha, Sr. Presidente, pouca-vergonha!

Sabe  Ramos-Horta, eu conheço-o e não o tenho como uma pessoa alcoólica (o mesmo não podemos dizer do seu lafaek chefe) mas as suas postagens no Facebook e mesmo a maneira como escreve, faz-me parecer que ou está bêbado ou tem um distúrbio mental sério, o seu comportamento não é de todo um comportamento de um chefe de Estado e muito menos de um Nobel da Paz!

Não devia esquecer-se que o cargo que ocupa não lhe foi dado pelos seus familiares, foi o povo quem o elegeu e lhe paga o seu vencimento, os seus atos têm de honrar este povo e a pátria. Bem dizia o meu querido amigo  Mauk Moruk, que vocês não passam todos de traidores da pátria, como ele tinha razão, morreu porque falava verdade, morreu porque era um homem bom, morreu porque amava o seu país e o seu povo, essas ironias é que são difíceis de serem engolidas, muito difíceis mesmo.

Ramos-Horta é o guardião da Constituição timorense, jurou defender a Lei Fundamental mas tenho é muitas dúvidas que tenha lido ou se leu, não percebeu muito bem o livro. 

Timor-Leste atravessa uma crise grande em muitas áreas, mas neste momento a crise maior é do Ministério da Saúde chefiado pela amante de Xanana Gusmão, que foi passear e tirar fotografias para o estrangeiro com o seu amante enquanto pessoas morriam devido à sua incompetência e doentes tiveram de regressar a Timor dos hospitais estrangeiros porque a amante do lafaek chefe não pagou as contas dos hospitais. Mas que canalhas são estes que estão a liderar os destinos da pátria Maubere? 

Lembra-se destas palavras, Ramos-Horta? “Juro, por Deus, pelo Povo e por minha honra, cumprir com lealdade as funções em que sou investido, cumprir e fazer cumprir a Constituição e as leis e dedicar todas as minhas energias e capacidades à defesa e consolidação da independência e da unidade nacionais”. Jurou em falso? 

Pois é, José! Pois é José! 

“O Presidente da República é o garante da Constituição, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas…”

Mas o José Presidente  não faz nada disso, ele sabe é ir vomitar umas palestras no estrangeiro, fazer intromissões na política interna de Estados soberanos em assuntos bastante melindrosos, onde a diplomacia  tem de ser utilizada com muita cautela e não escritas em palavras maiúsculas no Facebook. Conflitos não podem ser utilizados como propaganda para o ego de Ramos-Horta, existe algo mais precioso que a vaidade deste homem, vidas humanas! 

Ramos-Horta não é o garante da Constituição e de coisa nenhuma, é sim um empecilho para o regular funcionamento das instituições democráticas. Cada vez que ele fala sobre o Lafaek chefe e do seu governo, tenho a impressão de  que ele está a usar a tática de Paul Joseph Goebbels para enganar o seu público, sim, o público dele porque a nós ele já não engana, nem ele nem as cuecas dele! 

Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler disse, “Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”. 
 
Não em Timor-Leste Ramos-Horta, não com o Povo Maubere!