Timor Hau Nian Doben
Em entrevista aos meios de comunicação social em Díli, o Presidente da República Ramos-Horta, mandou calar a oposição e também “os grandes inteligentes” timorenses no caso Naktuka e pediu que deixem o “Maun Xanana” tratar deste assunto.
“Peço aos grandes inteligentes desta terra, eu vejo que protestam muito, façam o favor de deixar o Maun Xanana tratar deste assunto (Naktuka)”, pediu Horta.
O Chefe de Estado disse que apoiava 100 por cento a política deste governo, do primeiro-ministro e teceu elogios ao chefe de governo, Xanana Gusmão.
“Eu suporto a política deste governo, do primeiro-ministro e dou 100 por cento da minha confiança ao primeiro-ministro (...), ele é que é o negociador chefe (...), logo uma pessoa com o estatuto do Maun Xanana que podemos confiar”.
Ramos-Horta reiterou o seu apoio a Xanana e criticou a oposição pelas críticas que foram tecidas contra Gusmão no caso da negociação de Naktuka com a Indonésia. Horta mostra-se incrédulo pela forma como o primeiro-ministro foi criticado pela oposição.
“Nunca vi no mundo quando o negociador chefe vai negociar e a oposição começa a criticar o negociador chefe. Começam a falar à toa no Parlamento e em todos os locais. Eu continuo a apoiar incondicionalmente o chefe da negociação para encontrar uma solução para a demarcação definitiva da fronteira terrestre”, declarou.
O partido da oposição Fretilin já reagiu às críticas de Ramos-Horta lamentando as declarações do Chefe de Estado.O secretário-geral adjunto e também deputado da Fretilin, Antoninho Bianco, lamentou que Horta tenha pedido à oposição para se calar no caso de Naktuka e afirmou que a Fretilin representa o povo e que este partido não representa o Presidente nem o governo.
“ A Fretilin como oposição representa o povo (...) e o Presidente tem que ouvir as aspirações do povo e não as aspirações do governo (...) Naktuka não pertence ao povo de Oecussi, é território de Timor-Leste e a Fretilin tem o dever de defender a soberania de Timor-Leste e o povo de Naktuka”, declarou.
Antoninho Bianco respondeu ainda a Ramos-Horta que acusou a oposição de falar à toa dizendo que se calhar quem fala à toa é o Presidente da República.
“A Fretilin apenas defende a soberania do país e não fala à toa, se calhar é o Presidente quem fala à toa”, disse.
Ramos-Horta ao mandar calar a oposição violou mais uma vez a Constituição da República de Timor-Leste, nomeadamente o artigo 70 número 2.
Artigo 70.º
(Partidos políticos e direito de oposição)
2. É reconhecido aos partidos políticos o direito à oposição democrática, assim como o direito a serem informados, regular e diretamente, sobre o andamento dos principais assuntos de interesse nacional.
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