quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Primeiru Ministru La Mosu lha Palásiu Prezidente


Timor Post -Reportajen: Jeremias Soares

DILI-Xefe Governu Taur Matan Ruak la mosu ba iha palasiu prezidente Ai-tarak laran, kinta Feira ohin 23/02/2023, posibilidade kansela Enkontru semanál ho Xefe Estadu José Ramos Horta.

loloos ohin Kinta (23/02), tuku 9:30, Prezidente Repúblika José Ramos Horta, enkontru regular ho Primeiru Ministru Ta’ur Matan Ruak, iha Pallasu Prezidensial, Bairru- Pité.

Maibé oras baku ba tuku 9:40 ona, Xefe Governu seidauk sama ain iha Pallasu Prezidente.

“Enkontru semanal ne’e Primeiru Ministru mak kansela”, dehan fonte husi Pallasu Prezidente ne’e.

Auzénsia PM Taur iha relsaun ho konferénsia imprensa ne’ebé iha ligasaun ho kazu Kazu Longuinhos Monteiro kona ba kazu rai kilat.

Tuir PM taur klatak, mandadu husi tribunal hetan mós intervensaun husi parte Prezidensiá Repúblika nian Xefe Kaza Militar, tanba nee Taur konsidera PR Horta abuzu podér hodi intervein Serbisu (SNI).

“Ha’u to’o iha Darwin Australia, ha’u haruka ha’u nia xefe Gabinete buka hatene saida mak akontese iha Timor...entaun ha’u hakfodak, see ida ne’e mandadu tribunal tanba saida mak Prezidente Repúblika fó fali ultimatu ba Primeiru Ministru,”

“Ha’u hanoin ida ne’e abuzu poder uitoan, prepotensia oituan husi parte Prezidente Republika, ne’ebé tuir loloos labele,” dehan hafoin bla husi Singapura iha Aerportu Internasional Nicolao Lobato, Kuarta nee (22/02).

Ramos-Horta halo amiasas no ultimatum ba Primeiru-Ministru tanba Longuinhos Monteiro nia uma hetan buska


Timor Hau Nian Doben

Tuir pajina Facebook Primeiru-Ministru nian, Prezidente da Repúblika (PR), Ramos-Horta husu ba hasai Diretór SNI nian tanba ba halo buska iha Longuinhos Monteiro nia uma, se la hasai Horta sei halo buat rua: ida denunsia ba públiku, ida seluk hapara enkontru semanál ho Primeiru-Ministru.

"Kazu ida Loes, ha’u iha dia 09 ha’u viajem mai husi Kanberra mai Darwin, ha’u iha aviaun laran Senór Ministru Fidelis telephone ba ha’u dehan Prezidente da Repúblika preokupadu loos tanba SNI ba atu revista senór Longuinhos nia uma tanba ne’e husu ba Primeiru-Ministru hasai Diretór SNI nian, sei la hasai Prezidente halo buat rua ida denunsia ba públiku, ida seluk hapara enkontru semanál ho Primeiru-Ministru, ha’u iha aviaun laran ha’u responde ba Senór Ministru hateten ba Prezidente rua ne’e ha’u simu hotu, denunsia ba públiku no hapara enkontru semanal ho Primeiru-Ministru mós ha’u simu”, dehan Matan Ruak.

Tuir Taur Matan Ruak autoridade sira halo buska ho mandato tribunal nian no nia hanoin katak PR atua ho prepotensia no halo abuzu de poder. 

Ha’u to’o iha Darwin ha’u haruka ha’u nia Xefe Gabinete buka hatene saída mak akontese iha ne’ebá i kuandu ha’u buka hatene sira haruka mandatu Tribunal nian entaun ha’u hakfodak ne’e, sei ida ne’e mandatu Tribunal tanba-saida mak Prezidente fó fali ultimatu ba Primeiru-Ministru, ha’u hanoin ida ne’e abuza poder uitoan, prepotensia uitoan husi Parte Prezidente da Repúblika nian ké labele, Prezidente da Repúblika orgaun no simbolu nasaun nian entaun tenke sukat nia komportamentu hotu ne’e nia sukat kuidadu loos labele hanesan fali 𝐜𝐨𝐛𝐨𝐢𝐚𝐝𝐚 demais, iha Timor ne’e laiha ema ida iha lei nia leten inklui Prezidente da Repúblika, hotu-hotu iha lei nia okos, ha’u eis Prezidente ne’ebé ha’u hatene saída mak ha’u koalia, ha’u preokupa uitoan mas ita aprende dalaruma sira ne’ebé fó informasaun ba Nai Prezidente fó sala depois Prezidente envez rona ho kalma lae, bidu uluk mak entaun mak hanesan ne’e", ramata.

“Ramos-Horta halo dala barak intervensaun ba orgaun sobernia sira seluk, ida maka halo kritikas makaas ba Tribunal no halo duvidas iha publiku nia leet se PR ida ne’e beikteen no la hatene nia knaar hanesan Xefe Estadu ka nia sai ema ditador hanesan Suharto”, dehan deputadu ida ba Timor Hau Nian Doben.

PM timorense acusa Presidente da República de abuso de poder e prepotência


Díli, 22 fev 2023 (Lusa) – O primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, acusou hoje o Presidente da República de abuso de poder e de prepotência por ter exigido ao chefe do executivo que demitisse o responsável do Serviço Nacional de Inteligência.

“Isto é abuso de poder e prepotência da parte do Presidente da República. Isto não é correto. O Presidente é um órgão que é símbolo nacional. Todos os comportamentos são importantes, e devem ser feitos com cuidado. Não pode ser uma coboiada”, afirmou Taur Matan Ruak à chegada a Díli.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar com o Presidente da República.

O chefe do Governo falava à chegada a Díli, depois de uma visita ao exterior, referindo-se ao que disse ser um “ultimato” dado pelo Presidente José Ramos-Horta relativamente a buscas conduzidas na casa de um dos assessores do chefe de Estado, Longuinhos Monteiro.

A polémica em torno a esse caso começou no mês passado depois de uma rusga, sem mandado judicial, efetuada na casa de Longuinhos Monteiro em Loes, e onde participaram, entre outros, elementos do SNI.

A rusga – durante a qual foram encontradas algumas armas - acabou por ser declarada ilegal pelo Tribunal Distrital de Díli que, posteriormente, emitiu mandados para buscas adicionais, em Díli e Loes.

Na busca mais recente, já este mês, o chefe de Estado decidiu enviar o seu chefe da Casa Militar como “observador” e “testemunha” da operação, algo que já suscitou críticas da parte das bancadas do Governo no parlamento.

Taur Matan Ruak explicou que no passado dia 09 de fevereiro, quando estava em viagem entre Camberra e Darwin, na Austrália, foi contactado pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fidelis Magalhães.

“Estava no avião e o senhor ministro Fidelis telefonou-me e disse-me que o Presidente estava muito preocupado porque o SNI foi fazer uma busca a casa do senhor Longuinhos”, disse Taur Matan Ruak.

“Pedia ao senhor primeiro-ministro para afastar o diretor do SNI. Se não o fizesse, o presidente faria duas coisas: denunciaria o caso a público e pararia os encontros semanais com o primeiro-ministro. Eu respondi: digam ao Presidente que eu aceito tudo, aceito que comunique ao público e aceito que pare as reuniões semanais com o PM”, explicou.

Taur Matan Ruak disse aos jornalistas no Aeroporto de Díli que falou à chegada a Darwin com o seu chefe de gabinete, que lhe confirmou que a segunda rusga tinha sido feita com mandado judicial.

“Falei com o meu chefe de gabinete para perceber o que tinha acontecido. E fui informado de que a busca tinha sido feita com mandado do tribunal. Então fiquei assustado. Se há mandado do tribunal por que é que o PR faz ultimato ao PM”, questionou.

Esse ultimato, afirmou, constitui abuso de poder e prepotência do chefe de Estado.

As criticas relativamente ao envolvimento de elementos do SNI têm a ver não apenas com a existência ou não de mandado judicial, mas também com o facto da interpretação de que as rusgas não se inserem nas competências deste serviço de informações.

A questão foi já discutida entre Ramos-Horta e Taur Matan Ruak no seu encontro semanal de 24 de janeiro, depois do qual o primeiro-ministro timorense defendeu reformas no setor da polícia, segurança e Justiça para responder à preocupação com o que disse ser o “ego setorial” que está a colocar desafios ao país.

“A questão não é nova. No nosso país há essa questão do ego setorial. Mas noutros países também há”, disse Taur Matan Ruak, quando questionado pela Lusa sobre recentes polémicas relativamente à atuação de algumas estruturas da segurança no país.

“É uma preocupação e estamos a ver como devemos evitar isso no futuro. Uma das coisas que estamos a estudar seriamente são as reformas, mudar o que não está bem para responder aos desafios no país”, afirmou.

Questionado, em particular, sobre a atuação do SNI, sob sua tutela – com acusações de que os seus elementos terão atuado além das suas competências legais -, o chefe do Governo, e ministro do Interior, disse que a questão é mais ampla.

“Registei a preocupação do senhor Presidente, das várias personalidades, para ver como podemos evitar isso no futuro. Isto é uma questão global, não apenas do SNI. Temos que ver a Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC), a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), as instituições da Justiça. Isto tem a ver com as reformas no nosso país”, disse.

Ramos-Horta criticou por várias vezes a atuação das forças de segurança e do SNI, afirmando à Lusa, em janeiro, que alguns responsáveis de instituições de segurança em Timor-Leste atuam sem respeitar as leis e valores democráticos e com “total impunidade”.

“Alguns senhores reclamam para si poderes que não têm, e atropelam todos os princípios e valores que norteiam sociedades democráticas. Já chamei a atenção dos responsáveis dessas instituições, mas continuam a agir com total impunidade”, disse José Ramos-Horta, numa mensagem enviada à Lusa.

“Sobre estas instituições não tenho nenhum poder. Se o tivesse, eu sei o que faria”, acrescentou na mensagem.

ASP // VM

Lusa/Fim

Foto, daqui.