sábado, 2 de abril de 2022

PM não apoiou Lú-Olo por acreditar numa segunda volta


Lusa – O primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, disse hoje que só decidiu anunciar agora o seu apoio à recandidatura presidencial do atual chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo, por estar convencido de que haveria uma segunda volta.

Taur Matan Ruak explicou também, em conferência de imprensa, que optou por não anunciar uma posição pública sobre as presidenciais, porque a sua mulher, Isabel Ferreira, foi uma das 16 candidatas presidenciais.

“Era impossível alguém vencer à primeira volta quando havia tantos candidatos. E era impossível eu apoiar um candidato quando a minha mulher decidiu avançar. E por isso a decisão de atrasar o anúncio do apoio para a segunda volta”, disse aos jornalistas.

Isabel Ferreira anunciou já publicamente que apoia na segunda volta o candidato mais votado na primeira, José Ramos-Horta, que é apoiado por Xanana Gusmão, líder do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).

Ainda que não tenha dado instruções de voto na primeira vota, a liderança do Partido Libertação Popular (PLP), a que Taur Matan Ruak preside, deliberou que os seus quadros e militantes poderiam apoiar qualquer candidato, exceto José Ramos-Horta, dada a sua posição de pretender dissolver o parlamento se for eleito.

Agora, antes da segunda volta, o PLP reuniu os seus quadros máximos - num encontro em que participaram, entre outros, o secretário-geral da Fretilin e José Naimori, do KHUNTO (os outros dois partidos no Governo) – e anunciou o apoio formal a Lú-Olo, o segundo mais votado na primeira volta.

Taur Matan Ruak explicou que a decisão do apoio formalmente à candidatura pretende consolidar a atual parceria do Governo, formada por esta força política, o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), a que Francisco Guterres Lú-Olo preside.

“A coligação tem um grande projeto, a longo prazo. O primeiro objetivo é alargar a atual parceira além de 2023, porque a estabilidade política e governativa é condição ‘sine qua non’ para o desenvolvimento da nação”, afirmou.

“Precisamos de desenvolvimento para criar oportunidades para os jovens timorenses, para que possam criar família, para que possam contribuir para o desenvolvimento. E a continuação do projeto em 2023 está assegurado”, disse.

O chefe do Governo destacou ainda a boa cooperação institucional entre o Governo e a Presidência de Lú-Olo, saudando a forma como o chefe de Estado atuou, com “paciência, sem reagir às provocações e concentrando-se no trabalho a fazer”.

“Não tenho razão de queixa, a cooperação foi muito positiva entre as duas instituições. São qualidades que registo de uma forma orgulhosa. Merece o meu apoio”, disse Taur Matan Ruak que já foi também Presidente da República.

Admitindo que a campanha da segunda volta arranca com “uma grande desproporção de votos” entre os dois candidatos – Ramos-Horta obteve 303.477 votos (45,56%) contra os 144.282 (22,13%) de Lú-Olo – o primeiro-ministro diz que há que continuar o combate.

“A experiência mostra que só se conseguem votos se se lutar: resistir, persistir e não desistir. Só ganha quem luta e por isso dou o meu apoio”, afirmou.

Taur Matan Ruak, de férias entre 02 e 21 de abril, vai estar em algumas das ações de campanha de Lú-Olo, a começar com o comício de arranque marcado para sábado na vila de Gleno, a sul de Díli.

A segunda volta está marcada para 19 de abril.

 ASP // SB 

Lusa/

Foto daqui.

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