O novo Presidente de Timor-Leste espera contar com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa na sua tomada de posse, dia 20 de maio, data que marca ainda os 20 anos da independência do país.
Com mais de 70% dos votos contados, José Ramos-Horta lidera com ampla vantagem as eleições presidenciais em Timor-Leste, com uma vantagem de 21 pontos percentuais sobre Francisco Guterres Lú-Olo.
A grande prioridade, afirma Ramos-Horta em declarações à TSF, será o "diálogo com o Presidente cessante, com o Governo, com todas as bancadas do Parlamento". É preciso "criar pontes" para "encontrar soluções pacíficas e construtivas" para não agravar a crise política, aponta.
O governo deve "adequar-se à nova realidade política, mas também económica, social e humanitária mundial", defende.
O prémio Nobel da Paz em 1996 sublinha que o objetivo é "estabilizar" o ambiente político em Timor Leste. "As democracias são assim, imprevisíveis", lembra, elencando os exemplos do Reino Unido com o Brexit, dos Estados Unidos com Trump, do Brasil com Bolsonaro. "Só países como a Coreia do Norte ou a China têm menos crises políticas: tudo é previsível".
"Se optamos pela democracia e bipartidarismo vivemos com as suas vantagens e temos de viver com as suas desvantagens."
À necessidade de ultrapassar o impasse político, juntam-se os desafios de superar a debilidade económica provocada pelos efeitos da pandemia de Covid-19 e recessão económica global.
O novo Presidente deve ser empossado a 20 de maio, feriado que marca a independência do país relativamente à Indonésia, e que este ano celebra 20 anos, e espera contar com Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia. "É alguém que conheço quando ele era jovem e eu era jovem. É um grande amigo de Timor-Leste e um grande amigo meu. Esperamos a visita dele", tal como de uma "grande delegação", que inclua membros do setor privado português, como fundações.
A vitória de José Ramos-Horta, que ainda tem de ser confirmada pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) marca a segunda vez, depois de 2007, que José Ramos-Horta derrota Francisco Guterres Lú-Olo na segunda volta das presidenciais, depois de na primeira volta, em 19 de março, contar com uma vantagem de cerca de 46,6% dos votos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.