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António Sampaio, da Agência Lusa.
Díli, 18 nov (Lusa) - A crise de 2006 em Timor-Leste mostrou a importância da união da liderança timorense e da necessidade de reforçar o trabalho em conjunto, devendo servir como lição sobre como responder a desafios futuros, disse o Presidente da República timorense.
Em entrevista à Lusa Taur Matan Ruak, que na ocasião era chefe das Forças Armadas, rejeita que a situação tenha colocado Timor-Leste à beira da guerra civil, preferindo considerar que foi uma oportunidade para os timorenses se conhecerem melhor e se darem a conhecer no exterior.
"Olho aquilo como uma oportunidade, não um problema. Oportunidade de mostrar o que somos, quem somos e o que podemos fazer", afirmou.
Considerando que a crise se deveu à "má gestão do país", por seu lado provocada pela inexperiência da liderança timorense, o chefe de Estado considera que não foi possível gerir as expetativas dos timorenses.
"Os que fizeram aquilo não tinham noção exata do que estavam a fazer. Isto é falta de experiência", disse, afirmando que apesar de algum aproveitamento, dentro e fora do país, a crise acabou por ser ultrapassada.
"Todos nós, no fim queríamos era resolver rapidamente o problema e acabámos por o resolver com o apoio da comunidade internacional e sobretudo com o apoio das Falintil que estavam a ser atacadas. Acabámos por mostrar que somos uteis, que podem dar a sua contribuição", disse.
O facto de a crise ter levado, em 2008, aos ataques a Ramos-Horta e Xanana Gusmão, só mostra que os timorenses têm que estar mais unidos, combater juntos.
"Aprendemos muito com a crise de 2006. Estarmos mais unidos e reforçar esta unidade no seio da sociedade timorense. Fomos testados ainda recentemente e ultrapassámos. Os testes vão permanecer. O importante é que os timorenses estejam preparos para o que der e vier", afirmou.
O teste recente a que se refere foi a grande operação de busca e captura do ex-comandante da resistência Mauk Moruk, que acabou por ser morto numa troca de tiros com efetivos timorenses.
"Pedi desculpa aquando da morte dele. Como Presidente da República não soube evitar, não fiz o suficiente para evitar isso. Mas o que apelei foi que isso seja a última vez", disse.
"Que se consolide a paz, a estabilidade. Porque o importante é desenvolver economicamente o nosso país e beneficiar os nossos cidadãos, melhorar a sua vida, trabalhar para o seu bem-estar", disse.
ASP // PJA
Lusa/Fim
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