Timor Hau Nian Doben - 14 de junho de 2015
O antigo comandante das Falintil e Presidente do Conselho de Revolução Maubere (CRM), Mauk Moruk, acabou de informar ao Timor Hau Nian Doben que o Chefe das Forças de Defesa de Timor Leste, Lere Anan Timur, mandou o seu irmão L7 "parar imediatamente com a manifestação".
"O Lere, o Cirilo e o Hornai mandaram uma carta ao meu irmão para parar imediatamente com a manifestação, mas não vai conseguir porque é um direito do cidadão que está previsto na Constituição. Isto é a ditadura do Xanana, voltamos ao fascismo, o Lere está a fazer as jogadas do Xanana", disse.
Mauk Moruk afirmou que apesar da proibição dos "donos de Timor, a manifestação vai prosseguir, porque para os cidadãos se manifestarem não é necessário a autorização de ninguém desde que obedeçam aos pressupostos estipulados pela Constituição da República".
Artigo 42.º (Liberdade de reunião e de manifestação)
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1. A todos é garantida a liberdade de reunião pacífica e sem armas, sem necessidade de autorização prévia.
2. A todos é reconhecido o direito de manifestação, nos termos da lei.
As razões invocadas pelas autoridades para que a manifestação fosse proibida são:
- L7 encontra-se sob uma medida cautelar, Termo de Identidade e Residência.
- As forças de defesa estão todas concentradas na captura do Presidente do Conselho de Revolução.
- Receio que o comandante L7 cometa outro crime.
Segundo Mauk Moruk, o seu irmão questionou as razões invocadas dizendo-lhes, "Se eu sou um criminoso, porquê que vocês me mandaram para a Austrália para eu representar o Estado Timorense na celebração do centenário do ANZAC no dia 25 de abril? Não vou ceder mais".
Mauk Moruk realçou que não querem um derramamento de sangue e acusou os governantes de quererem ficar no poder a todo o custo.
"A força popular vai mostrar o que é a democracia e o seu descontentamento. Nós não queremos derramamento de sangue mas temos de mostrar o nosso descontentamento, porque os assassinos querem ficar no poder. Só cometem injustiças, eles são uns corruptos, ditadores, nazis numa era da democracia. Não foi para isto que morreram centenas de milhares de irmãos nossos, eles almejaram um Timor-Leste democrático e governado por homens democráticos e não por estes ditadores de meia-tigela", disse nervoso.
O Timor Hau Nian Doben sabe que apesar da proibição a manifestação vai seguir em frente, porque de acordo com os organizadores, as razões invocadas pelas autoridades não têm base legal.
"Nós temos o direito de dizer não a este governo, ninguém pode calar a voz do povo, nós não precisamos da autorização deles. O povo está descontente e eles estão com medo que o povo se levante e exija os seus direitos. A maioria dos governantes nunca sofreu por esta terra e estão a gozar o sangue do Povo Maubere. O povo continua pobre, sem direito a casa, alimentação, saúde ou educação e ninguém faz nada para parar esta situação do povo", disse um dos organizadores da manifestação a este blogue.
Os organizadores da manifestação estão a prepararem-se para irem pedir justificações às autoridades amanhã, "porque não existe nenhuma razão estipulada na lei para que a manifestação não se realize".
"Se a polícia nos quiser bater que venha, nós vamo-nos manifestar pacificamente, eles que nos matem, nós não tivemos medo dos indonésios, não temos medo deles", disse um veterano há momentos a este blogue.
A manifestação programada tem o nome de "People Power" e é encabeçada por L7 e vai-se realizar durante seis dias, tendo inicio no dia 22 até ao dia 28 do corrente mês. Para além do irmão de Mauk Moruk, entre os organizadores desta manifestação encontram-se: veteranos, a Organização Sagrada Família e ainda elementos da Caixa Clandestina.
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