Timor Hau Nian Doben - 13 de maio de 2015
De acordo com o jornal Suara Timor Lorosae, existem desconfianças de que para se ser funcionário do projeto da Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) no enclave de Oecússi, tem de se ser portador do cartão de militante da Fretilin.
O deputado do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), Francisco da Costa, disse ao citado matutino que, "Baseando no que se tem espalhado para o público, para se trabalhar no processo corrente da ZEESM, os funcionários da ZEESM têm de usar o cartão do partido da Fretilin".
Francisco da Costa levantou esta questão ontem durante a sessão Plenária do Parlamento Nacional por "estar preocupado" e porque "este assunto está a ser levantado fervorosamente em Timor, que quem entra e sai como funcionário da ZEESM tem de usar o cartão (da Fretilin) ".
O Presidente da ZEESM, Mari Alkatiri, não quis responder a estas alegações mas disse que os deputados do hemiciclo não deviam de estar a levantar rumores e sim falar a verdade.
"Eu quero dizer aos colegas deputados que eles não podem transformar o Parlamento num órgão de rumores, rumores não têm lugar no Parlamento, no hemiciclo tem de se falar a verdade...", disse Alkatiri.
A ZEESM tem levantado algumas preocupações entre o povo timorense. Lito Cunha, um entendido na política do país disse, "Alkatiri está a fazer do partido uma fação dele, está com medo de perder terreno".
Um deputado ao Parlamento Nacional afirmou há momentos a este blogue que as alegações parecem que têm razão de ser, "porque a maioria dos funcionários que trabalham com o Alkatiri são quase todos da Fretilin".
"As preocupações têm a sua razão de ser, repare quem trabalha no projeto ZEESM, são quase todos da Fretilin e fieis a Mari, mais provas do que estas? O projeto Oecússi é um projeto nacional que foi dado a Alkatiri mas não é nem dele nem da Fretilin, é um projeto a nível nacional e tem como objetivo trazer benefícios para todo o Timor-Leste. Muito dinheiro do povo foi investido neste projeto, não podemos personalizar o projeto nem podemos partidarizar politicamente. Seria um erro muito grande da parte do Alkatiri, o projeto não é dele nem dos amigos dele porque o dinheiro que gastam nele não é deles mas sim do povo timorense", disse.
Um veterano, Oan Kiak, disse ao Timor Hau Nian Doben, " Mas que podemos esperar mais? ZEESM é mais um projeto privado de Mari Alkatiri para beneficiar os amigos dele e o fazer calar como líder da oposição. Ele já fez da Fretilin uma empresa privada dele, ele mais o Bano, Zé Teixeira, Harold, Gaspar e outros que nunca fizeram nada pela Fretilin durante os anos de luta, e agora são mais donos da Fretilin do que aqueles que lutaram durante 24 anos, em Timor-Leste, ao lado deste partido histórico. Deixa lá eles privatizarem mais Oecússi, em 2017 Alkatiri e os amigos vão perder a força. O povo Maubere já derrotou o Alkatiri duas vezes, falta agora mandar-lhe embora, a ele e aos amigos dele do nosso partido Fretilin. Maun Lu-Olo é que devia de estar à frente da Fretilin e não o Mari, ele que vá morar para sempre em Oecússi e esqueça a Fretilin, ele só destruiu o partido, ele e os outros oportunistas que usam a Fretilin para benefício próprio".
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