Timor Hau Nian Doben - 31 de março de 2015
O Timor Hau Nian Doben acabou de falar com o líder do Conselho de Revolução Maubere (CRM), Mauk Moruk, e este desmentiu a notícia do jornal Timor Post com o título: "Equipa de Taur aproximou-se do grupo Mauk Moruk".
"Isto é propaganda, pura mentira! Isto são tentativas do Taur Matan Ruak para ganhar mais um medalhão, mais outro galão, mas não levam nada. São especulações", disse.
"Se houvesse alguma coisa, alguma aproximação, eu tinha de saber porque sou eu quem lidera o CRM. Eles todos querem é ganhar a opinião pública, porque estão a gastar milhões nesta operação, para nos capturarem e eles nem sabem onde estamos, eles não têm capacidade para nos capturarem, são uns palhaços", salientou.
Mauk Moruk negou ainda a notícia na comunicação social timorense de que dezenas dos seus homens se renderam.
"Eu tenho cinco mil homens comigo e nenhum se rendeu, nenhum foi capturado. Eles apanham é a população e dizem que são os meus homens que se renderam. Tudo isto porque esgotaram todos os meios para a minha busca e nenhum dos meus homens foi ferido, morto ou capturado. A imprensa timorense recebe dinheiro deles para escreverem estas notícias. A imprensa timorense está comprada ", gritou.
Mauk Moruk acusa ainda o governo de não respeitar a Semana Santa e continuar as operações contra o seu grupo durante a Quaresma.
"Nem respeitam a Quaresma, eles continuam a operar contra nós e munidos com aquelas máquinas de guerra assassinas. Nós estamos desarmados, mas eles não nos apanham. São uns oportunistas de calibre. Eles querem é que eu me cale, para eles continuarem a roubar o povo", lamentou.
O Presidente da República, Taur Matan Ruak, em declarações ao Timor Post, na edição de ontem, afirmou que não autorizava que matassem Mauk Moruk.
"Eu não quero que esta operação mate Mauk Moruk, porque não queremos mais guerra, nem mais matanças entre nós, nisto está incluído andarmos aos tiros uns com os outros", disse o Chefe de Estado.
O primeiro-ministro, Rui Maria de Araújo, afirmou ontem que o Estado não estava contra Mauk Moruk, mas sim contra "algumas ações deles de caráter criminoso".
"As pessoas que estão envolvidas nos grupos ilegais, o Estado não tem nada contra elas como indivíduos. Mas algumas ações deles são de caráter criminoso, contra a ordem pública, por este motivo, o Estado tem de atuar através destas operações, para repor a justiça", explicou o chefe de governo.
O Timor Hau Nian Doben sabe que recentemente houve uma tentativa de falar com Mauk Moruk, de boa-fé, sem pré-condições e com genuína vontade de ultrapassar este problema, porém, o líder do CRM recusa-se a negociar com quem quer que seja, a menos que as suas exigências sejam satisfeitas e elas são: dissolução imediata do Parlamento Nacional, demissão do primeiro-ministro e a criação de um governo de unidade nacional.
Este blogue perguntou a Mauk Moruk até quando ele iria sustentar esta situação, e insistiu mais uma vez na rendição às autoridades. Não é fácil falar em rendição com Mauk Moruk, é quando ele se exalta e se zanga, mas arriscamos, mais uma vez.
"Não me vou render nunca, vou lutar até à morte. O Xanana já tentou negociar comigo através do Rui Lopes mas eu não falo com eles. Só vou negociar quando eles cumprirem as nossas exigências à letra", terminou.
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