Díli, 02 fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão,
manteve hoje as dúvidas sobre o futuro do seu governo, explicando que
discutiu a situação com o Presidente da República, Taur Matan Ruak, mas
sem anunciar qualquer decisão.
Xanana Gusmão explicou as jornalistas, numa curta declaração em
tétum, sem direito a perguntas, que o Presidente da República timorense
vai "analisar a situação" e "ouvir os partidos políticos".
Em nenhum momento o primeiro-ministro timorense disse se apresentou ou não a sua demissão a Taur Matan Ruak.
"A tempo todos saberão a verdade. O Presidente vai chamar todos os
partidos para consultas. Eu discuti opções com o presidente", afirmou
Xanana Gusmão.
"Mas é uma questão processual. O presidente vai fazer o seu trabalho.
Ouvir os partidos, chamar-me a mim para falar com ele. E depois eu
chamo-vos para falar com vocês", declarou.
Xanana Gusmão disse que falou com o presidente "sobre essas coisas
todas que têm sido publicadas" - sem as identificar - e manteve as
dúvidas sobre o calendário da reestruturação do executivo timorense, que
o porta-voz do Governo anunciou que seria concretizada no início desta
semana.
Taur Matan Ruak e Xanana Gusmão estiveram reunidos cerca de uma hora no Palácio da Presidência em Díli.
Xanana Gusmão - que chegou sozinho ao Palácio da Presidência, e que
transportava nas mãos uma pequena capa com documentos - entrou para o
encontro com Taur Matan Ruak poucos minutos antes das 15:00 (06:00 em
Lisboa).
Na semana passada, o porta-voz do Governo timorense, Agio Pereira,
confirmou que "está em curso" o processo de reestruturação do executivo
delineado no ano passado pelo primeiro-ministro.
"O anúncio oficial sobre a composição do Governo, mandatado até 2017
para conduzir Timor-Leste, deverá ocorrer no início da próxima semana"
(a atual), referiu em comunicado.
"O objetivo da reestruturação é tornar o Governo mais eficiente e
eficaz, focando-o na prestação de serviços para o povo de Timor-Leste",
sublinha, remetendo mais declarações para "um momento apropriado".
Fontes do Governo e da Fretilin confirmaram à Lusa que Xanana Gusmão
teria convidado militantes do partido e membros do Comité Central para
integrar o novo elenco governativo, marcado pela saída de cerca de 25
elementos.
ASP // JPS
Lusa/Fim
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