quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Polícia confisca passaporte a ex-ministra das Finanças timorense à chegada a Díli

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Díli, 19 fev (Lusa) - Agentes da unidade de investigação da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) apreenderam hoje o passaporte da ex-ministra das Finanças Emília Pires, no momento em que esta chegava a Díli, disseram à Lusa fontes policiais.

"Posso confirmar que agentes executaram um mandado do Tribunal Distrital de Díli e apreenderam o passaporte da senhora ex-ministra", disse à Lusa fonte da PNTL.

"A apreensão ocorreu no momento em que regressava a Díli, no aeroporto, depois de uma viagem ao estrangeiro. O caso está a ser investigado pelas autoridades judiciais", disse a mesma fonte.

Recorde-se que Emília Pires é arguida, juntamente com a antiga vice-ministra da Saúde Madalena Hanjam, num processo de alegada corrupção e participação económica em negócio.

Em causa está a aprovação de um pagamento para o fornecimento de camas para vários hospitais de Timor-Leste a uma empresa da qual o marido de Emilia Pires, Warren McLeod, é o proprietário.

O seu julgamento foi adiado 'sine die' a 27 de outubro último por não ter sido levantada a imunidade de que gozava como ministra.

Essa imunidade deixou de existir no momento em que Emília Pires terminou o seu mandato, esta semana, com a entrada em funções do VI Governo Constitucional.

Esse adiamento ocorreu dias depois de o Governo e o Parlamento Nacional terem aprovado, a 24 de outubro, duas resoluções em que, alegando "motivos de força maior e de interesse nacional", suspenderam os contratos com funcionários judiciais internacionais, a maior parte portugueses, que estava a trabalhar no país.

Dias depois, a 31 de outubro, o Governo timorense deu mais um passo, com uma resolução em que ordenava aos serviços de migração a expulsão dos funcionários judiciais internacionais, incluindo cinco juízes, um procurador e um oficial da PSP de nacionalidade portuguesa, num prazo de 48 horas.

Questionada pela Lusa em janeiro - numa das poucas entrevista que deu nos últimos meses - sobre como reage a essas acusações, Emília Pires disse que tem a consciência tranquila, mas lamenta as acusações.
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"Claro que custa. Também sou humana. Mas o que é que eu posso fazer", interrogou-se.

"Algumas das lições que eu aprendi foram as da necessidade de um processo de capacitação, da capacidade de se adaptar. Muita gente não sabe entender as leis, os processos. É uma fase que temos que aprender", disse.

ASP // VM
Lusa/Fim
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