quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Xanana Gusmão anunciou que vai demitir-se do cargo de primeiro-ministro de Timor-Leste

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Díli, 28 jan (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, informou hoje os membros do seu executivo, durante um jantar em Díli, de que vai deixar a chefia do Governo.

Um dos ministros que participaram no jantar confirmou à Lusa que essa foi uma das mensagens de Xanana Gusmão, que insistiu na necessidade "de encontrar novos líderes".

Durante quase cinco horas, Xanana Gusmão e praticamente todos os membros do executivo -- faltaram apenas dois dos 55 -- falaram sobre as alterações em curso no Governo.

Depois, na fase final do jantar, Xanana Gusmão entregou presentes aos membros cessantes do Governo.
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Isso permitiu confirmar que entre os nomes que saem estão Emília Pires, ministra das Finanças, José Luís Guterres, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pedro Lay, ministro dos Transportes, e muitos secretários de Estado, entre outros.

Alfredo Pires, que é ainda ministro do Petróleo e dos Recursos Minerais, não recebeu presente, o que indica que apesar de abandonar a pasta, poderá continuar no executivo.

Fonte do Governo confirmou à Lusa que foram pedidos pareceres sobre vários aspetos relacionados com a liderança do país, nomeadamente o que fazer em caso de demissão do primeiro-ministro, como convocar eleições antecipadas e como proceder a uma remodelação governativa.

Questionado pela Lusa à saída do jantar, Xanana Gusmão escusou-se a confirmar se vai ou não demitir-se, explicando que este é um momento "de reflexão" e que nos próximos dias vai falar ao país.

"Vou falar com o Presidente", disse Xanana, sem mais comentários.

A entrega de presentes aos membros que saem do elenco governativo foi marcada por bastante emoção, com abraços demorados e algumas lágrimas.

Um dos cenários atualmente a ser discutido no seio do Governo é a possibilidade de que Xanana Gusmão apresente a sua demissão e depois o seu partido, Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), que tem a maior representação parlamentar, avance com um candidato a primeiro-ministro.

Fonte do executivo disse à Lusa que, em alternativa, o nome mais referido é o de Rui Araújo, que integra o comité central da Fretilin, na oposição, e fez parte do I Governo Constitucional.

Inicialmente, Rui Araújo foi falado como sucessor de Emília Pires na pasta das Finanças, mas, como comentou à Lusa um ministro, "servir a nação ao mais alto nível pode ser necessário".

Fonte da Fretilin disse à Lusa que membros do seu partido que eventualmente venham a integrar o executivo o façam de forma individual e não partidária.

Ainda assim, num cenário como o de Rui Araújo ser primeiro-ministro, poderá ser necessária uma reunião da comissão nacional da Fretilin.

Uma das novidades do futuro executivo é a entrada de membros da Fretilin, que estão a ser convidados de forma individual e não através do partido em si.

ASP // EL
Lusa/fim

Nota: Dionísio Babo, secretário-geral do CNRT e também atual ministro da Justiça em declarações ao Jornal Suara Timor Lorosae, disse que são apenas rumores a resignação de Xanana Gusmão, porque o partido ainda não teve nenhum conhecimento da resignação do primeiro-ministro. Babo afirmou também que o partido de Gusmão não concorda com a demissão do chefe do executivo e apelou à comunidade para pararem com as especulações.
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