sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Comida silvestre é recurso normal para 9,2% das famílias timorenses mais pobres

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Díli, 22 jan (Lusa) - Cerca de 9,2% das famílias timorenses mais vulneráveis, especialmente nas zonas rurais, são obrigadas a recorrer a comida silvestre depois de agosto quando, normalmente, terminam os recursos dos 'stocks' de cultivo, revela um estudo.

Esse consumo é ainda mais elevado em anos de défice agrícola, durante os quais a alimentação selvagem ou silvestre começa a ser utilizada dois meses antes e por metade dos lares mais pobres.

Os resultados fazem parte de um estudo realizado pela Seeds of Life (SoL), um programa do Ministério de Agricultura e Pescas timorense, financiado com apoio australiano, que analisou a segurança alimentar das famílias mais pobres.

O estudo confirma que o consumo de alimentos silvestres, nomeadamente verduras, flutua bastante durante o ano, com um consumo reduzido durante a época das chuvas (dezembro a abril) e um uso mais elevado na estação seca (de maio de novembro).

"Num ano normal o 'stock' alimentar termina em agosto e só 9,2% das famílias consumia comida silvestre. No entanto em anos de défice alimentar com problemas de má nutrição, os 'stocks' de grão terminam normalmente dois meses antes do normal e metade das famílias já têm que recorrer a comida silvestre a partir de maio", revela o estudo.

"Muitas famílias rurais estão sujeitas a insegurança alimentar sazonal crónica. É frequente, nestes casos, o recurso a alimentos silvestre é uma solução comum", refere o estudo.

Para as suas conclusões a SoL analisou um estudo do consumo de alimentos entre as famílias de agricultores de subsistência em quatro distritos em 2006-2007, um levantamento em 2011 de 1.800 famílias de agricultores em todos os 13 distritos de Timor-Leste e um terceiro estudo de 64 famílias de oito comunidades em três distritos em 2013.

Os alimentos silvestres mais consumidos em Timor-Leste são os tubérculos do inhame (Dioscorea esculenta) do yam (paeoniifolius Amorphophallus) e o feijão amargo (Phaseolus lunatus), revela o estudo.

ASP // JPS
Lusa/Fim
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