O governo da Guiné Equatorial anunciou de forma unilateral a sua adesão à
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O problema é que a
proposta só será votada na quarta-feira, em Dili.
A República da Guiné Equatorial anunciou esta terça-feira que já é um
membro com “plenos direitos” da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP). “Tudo está confirmado”, lê-se
até no texto publicado no site oficial do governo da nação africana,
onde consta também que os membros da comunidade “decidiram, por
consenso, atribuir o estatuto de membro permanente” à Guiné Equatorial.
Só há um problema — a votação da proposta de adesão do país africano
apenas se realizará na quarta-feira, em Dili, capital timorense onde se
realizará a X Cimeira da organização.
O texto foi escrito em francês que, a par do castelhano, é uma das
línguas oficiais do país africano. Nele, o governo da Guiné Equatorial
refere também que, na quarta-feira, se concretizará um “evento marcante
na história do povo” da nação africana — o português “tornar-se-á na
terceira língua oficial” do país.
Isto quando uma das condições para qualquer nação aderir à CPLP como
membro permanente é ter o português como um dos idiomas oficiais. Na
página onde foi publicado o anúncio, aliás, existe a possibilidade de
traduzir o texto: mas apenas para castelhano ou inglês.
Desde 2006 que a Guiné Equatorial é apenas um membro observador da
comunidade, juntamente com o Senegal e a Ilha Maurício — ou seja, os
únicos países sem o português como a ou uma das línguas oficiais.
Em junho de 2010, a Guiné Equatorial tinha já requerido a adesão como
membro permanente. Esta adesão deverá confirmar-se amanhã, mas a
antecipação de forma unilateral parece confirmar a pouca preocupação dos
responsáveis do país pelo voto democrático e livre.
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