Lisboa, 02 jul (Lusa) -- O combate ao "flagelo da fome", que atinge
mais de um décimo dos cidadãos da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), foi hoje identificado pelo Presidente moçambicano
como um dos maiores desafios da organização.
"Não se justifica que a nossa CPLP continue com mais de 28 milhões
afetados por subnutrição crónica", afirmou hoje o Chefe de Estado
moçambicano, Armando Guebuza, num discurso durante uma visita à sede da
organização, em Lisboa, no âmbito de uma deslocação oficial que realiza
até quinta-feira a Portugal, a convite do seu homólogo, Aníbal Cavaco
Silva.
A garantia da segurança alimentar e nutricional foi apontada como um
dos sete desafios que o bloco lusófono deve ter nos próximos tempos, a
par da preservação da paz e da promoção do crescimento económico e
emprego.
"Com a capacidade técnica e científica que alcançámos hoje no mundo e
com o conjunto de inovações e invenções patenteadas e galardoadas, não
se justifica que ainda tenhamos cidadãos nos nossos países e no Mundo
que não saibam onde e quando ter a próxima refeição e com que qualidade
nutritiva", defendeu Armando Guebuza.
Os números de pessoas que passam fome -- mais de 28 milhões, de um
total de 250 milhões de habitantes no conjunto dos oito países da CPLP
-- "representam pessoas e não meras estatísticas" e motivam "uma ação
conjunta, tendo em vista agir para alterar o cenário", sustentou.
A esse propósito, o Presidente moçambicano recordou a campanha da
CPLP "Juntos contra a fome", um mecanismo que apela à "solidariedade
intracomunitária" e que deve ser complementado com ações setoriais,
nomeadamente na educação, saúde, agricultura, infraestruturas, meio
ambiente, energia, entre outras, sugeriu.
Guebuza, que se encontra no final do seu último mandato como
Presidente da República de Moçambique e que é igualmente presidente em
exercício da CPLP, saudou "o retorno da Guiné-Bissau à normalidade
constitucional e ao convívio da Comunidade" após as eleições gerais, que
permitiram escolher um novo Presidente e um novo Governo, depois de
dois anos de autoridades de transição na sequência de um golpe de Estado
militar.
"Manifestamos a nossa convicção de que como Estado-membro fundador,
[a Guiné-Bissau] irá continuar a jogar o seu papel na CPLP", declarou.
Por outro lado, o crescimento económico e emprego são outros temas em cima da mesa no futuro, alertou Guebuza.
Num território que representa 3,6 por cento do Produto Interno Bruto
mundial e é responsável pela produção de 6% do petróleo e 1% do gás, com
um "gigantesco universo oceânico, com mais de sete milhões de
quilómetros quadrados de zona económica exclusiva" e um "rico e
empreendedor capital humano", há áreas que ainda podem ser exploradas,
argumentou.
"Todos os nosso países são costeiros, mas ainda não explorámos o
suficiente a nossa capacidade coletiva na área de construção naval,
navegação marítima e da marinha mercante, nem o nosso potencial na área
de turismo de sol e praia e serviços afins, bem assim da pesca e de
produção da energia", disse Guebuza, que sugeriu a criação de
instituições nestas áreas, tuteladas pela CPLP.
A necessidade de a CPLP se manter "como um fator de agregação de
sinergias", a integração económica dos países e a mobilização de
recursos "para os programas de cooperação setorial e visando dotar a
estrutura executiva de meios humanos e financeiros" foram outros dos
desafios mencionados por Guebuza no seu discurso.
"É indispensável que a CPLP se ajuste às novas ambições a que nos
propomos, contribuindo para elevar cada vez mais os progressos até aqui
alcançados", disse, apelando aos Estados-membros para que continuem a
reflexão sobre o futuro da comunidade na próxima cimeira da CPLP em
Díli, a 23 de julho, quando Moçambique passará o testemunho da
presidência da organização a Timor-Leste.
JH // APN
Lusa/fim
Nota do blogue: Os senhores da CPLP vão aprender MUITO relativamente a como combater a FOME e a pobreza com os governantes Timorenses. É muito " simples", muita corrupção acompanhada de completa impunidade, pensões vitalícias para os governantes (bem chorudas), viagens ao estrangeiro, muitas, orçamentos milionários da qual desaparecem milagrosamente todos os anos, sem nunca terem beneficiado o povo. Prados e BMWs para as visitas e pronto, ahhh, esqueci-me, para parecer que vivemos no país das maravilhas, aquando das cimeiras ou a PQP, ESCONDE-SE O POVO PARA OS VISITANTES NÃO O VEREM! "Melhor do que isto", só mesmo o Hitler...NOJENTOS!!!
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