Díli, 30 mai (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão,
acusou o sistema financeiro mundial de ser corrupto e estar avariado,
num discurso proferido durante a terceira reunião ministerial do G7+,
presidido por Timor-Leste, que terminou hoje em Lomé, no Togo.
"Vivemos num mundo caracterizado por um sistema financeiro avariado e
corrupto, em que o suor e o sangue dos nossos povos beneficiam os
super-ricos internacionais", afirmou Xanana Gusmão, recordando que os
povos dos países frágeis continuam a sofrer.
O primeiro-ministro timorense chegou quarta-feira ao Togo para
participar na reunião do G7+, organização criada em abril de 2011 que
reúne 18 Estados-membros, entre os quais, Timor-Leste e Guiné-Bissau, e
que defende reformas no modo como a comunidade internacional apoia os
países frágeis ou em situação de pós-conflito.
"É um mundo em que a divisão nos nossos países ajuda os poderosos a
ditar as condições dos pobres, ao mesmo tempo que transferem o seu
dinheiro de um lado para o outro a fim de evitar pagar impostos e assim
contribuir para o bem-estar humano. Infelizmente, as elites globais
beneficiam do perpetuar da divisão, da intolerância e do ódio",
salientou.
Segundo Xanana Gusmão, o mundo atual enfrenta uma "crise de
confiança", que vai desde o "fracasso das instituições financeiras
internacionais ao comportamento político dos poderosos".
"No nosso mundo subdesenvolvido, a crise é uma crise de liderança.
Atualmente a liderança não consiste em ter um líder, mas sim em ter um
entendimento nacional e um compromisso por parte dos homens e das
mulheres relativamente aos interesses coletivos do país e às aspirações
do povo", disse.
No discurso, o primeiro-ministro timorense insistiu que o "mundo
precisa mudar" e que os Estados frágeis têm de ser ativos naquela
mudança.
Do Togo, Xanana Gusmão segue para a Guiné Equatorial onde deve chegar
domingo para uma visita de trabalho, que termina a 04 de junho.
MSE // APN
Lusa/Fim
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