quarta-feira, 21 de maio de 2014

Secretário-geral da Fretilin quer partido concentrado em tirar timorenses da miséria

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Foto de Marcos Guterres Gusmão
Díli, 20 mai (Lusa) - O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, disse hoje, nas comemorações do 40º aniversário daquela formação política, que quer o partido concentrado em tirar o povo timorense da "miséria e do obscurantismo". 

"Naturalmente que há toda uma trajetória do passado que nos dá dignidade mas fundamentalmente o mais importante agora é olhar para a frente e ver o que fazer para tirar este povo da pobreza e do obscurantismo e isso só se faz investindo na educação, saúde, desenvolvimento e economia", afirmou à agência Lusa Mari Alkatiri.

Mas, segundo o antigo primeiro-ministro timorense, aquilo "só se faz se houver uma vontade nacional comum, independentemente da democracia, para colocar os interesses do povo acima de tudo".

A Fretilin celebrou hoje 40 anos de criação com uma festa em Taci Tolu, Díli, que juntou milhares de militantes e simpatizantes, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, o presidente do parlamento, Vicente Guterres, vários membros do governo e corpo diplomático.

"A Fretilin é o partido mais organizado, que tem estruturas até às aldeias, mas eu ainda não estou satisfeito com a capacidade de resposta por parte de algumas das nossas estruturas", disse Mari Alkatiri, sobre os 40 anos de existência daquela formação política, responsável pelo início da luta pela restauração da independência, após a ocupação indonésia em 1975.

Sobre os 12 anos da restauração da independência do país, que também se celebram hoje, o secretário-geral do partido disse que Timor-Leste já avançou "alguma coisa".

"Mas o fundamental é voltarmos a investir na vida institucional do Estado. Não há vida institucional, não há cultura de Estado, não há sentido de Estado", disse.

Segundo Mari Alkatiri, é preciso a entrega total dos quadros timorenses à causa do povo.
"Há valores que devem ser ressuscitados se já morreram. Se estão por ai e estão a ser ignorados temos de os trazer de volta", salientou.

Questionado sobre o apelo à mudança de mentalidade feito por Xanana Gusmão durante um discurso na cerimónia, Mari Alkatiri disse que é fundamental investir nessa mudança.

"Isso faz-se com um Estado com uma liderança com clareza e com um Estado que traga toda a gente para participar no processo", salientou.

MSE // EL
Lusa/Fim
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