Díli, 08 jul (Lusa) - O julgamento de oito suspeitos de crimes contra
a humanidade em 1999 em Timor-Leste prossegue no próximo dia 31, disse
hoje à agência Lusa fonte judicial.
O julgamento teve início a 11 de junho e a sessão de hoje serviu para
ouvir mais depoimentos de testemunhas, acrescentou a fonte.
Os oito indivíduos são acusados pelo Ministério Público de pertencer à
milícia AHI (Aileu Hametin Integração) que, em 1999, durante e depois
do referendo, terem praticado homicídios, detenções ilegais, destruído
habitações e violado mulheres, com o apoio da polícia e militares da
Indonésia.
No passado mês de dezembro, o Tribunal Distrital de Díli condenou
três elementos de uma milícia pró-integracionista a penas entre os seis e
os 16 anos de prisão.
Os três elementos pertenciam à milícia Besih Merah Putih e foram
condenados pelo Tribunal Distrital de Díli por incidentes ocorridos, em
1999, na vila de Ulmera, Bazartete, no distrito de Liquiçá, a cerca de
50 quilómetros a oeste de Díli.
A 04 de setembro 1999, quando foram anunciados os resultados da
consulta popular de 30 de agosto que determinaram a independência de
Timor-Leste, começou um período de violência e destruição perpetrado por
milícias pró-integracionistas, apoiadas por soldados da Indonésia.
Durante cerca de um mês, mil pessoas foram mortas e centenas de
milhares obrigadas a viajar para Timor Ocidental e outras províncias
indonésias.
O relatório sobre direitos humanos de 2010 da Missão Integrada da ONU
em Timor-Leste, cujo mandato terminou a 31 de dezembro de 2012, refere
que, no final de junho de 2010, "303 dos 391 indivíduos acusados de
crimes graves associados ao período de 1999 continuavam à solta".
MSE // PJA
Lusa/Fim
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