Mau Dick
Para as Criancas e Timor Leste, meus netinhos e todas as criancas do mundo.
*********Contos de Timor Leste*********
Embora de diferente linhagem, viviam no "Jardim à Beira-Mar Plantado", ali para os lados de Santa Ana, bem pertinho do mar, onde de dia se acomodavam na "Cave dos Marujos", onde tomam guarida do sol escaldante e do vento, que muitas vezes sopra com uma forca que faz mover as areias que entram nos olhos e incomodam o prazer de desfrutar as mais lindas paisagens de uma baia cheia de vida onde não faltam os boekes, as lenukes e as baratas do mar.
O Manduko Casanova tinha uma cor muito linda, um verde-esmeralda com cinco listas encarnadas e uma bola amarela no meio da testa. Ele e o seu amigo inseparável o Krela, também muito lindo, de cor castanha sedosa, possuidor de um cantar único, vencedor de varias competições de canto e poesia, saiam de mãos dadas todas as noites para a tasca do senhor Kadiuk, que ficava do outro lado da estrada, onde no tempo das chuvas, a água que corria no leito da ribeira de Bidau fazia um barulho ensurdecedor.
Era na tasca do senhor Kadiuk, que o Krela fazia espantar todo o mundo da bicharada que o frequentava todos os dias, ainda a noite era uma criança.
As Mandukas faziam olhinhos bonitos ao Manduko Casanova e ele adorava toda aquela atenção feminina batráquida.
O Krela cantava lindas canções, com um ritmo e uma ressonância bem local. Dançava-se o suroboek, o ampat kali, o hau kakerek surat ida.
Um belo dia, de regresso a casa, já um tanto ou quanto ensonados, ao atravessar a estrada, o Manduko Casanova foi atropelado por um Karreta Estadu, e perdeu a vida.
O Krela ficou tão desgostoso com a perca de seu amigo de infância, perdeu aquela linda voz e decidiu mudar-se para as montanhas do mundo perdido, na zona leste, onde ainda hoje vive, já muito velhinho numa toca, sozinho.
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