terça-feira, 18 de junho de 2013

Governo português defende novas formas de cooperação com Timor-Leste

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Francisco Almeida Leite
Díli, 18 jun (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco Almeida Leite, defendeu hoje novas formas de cooperação com Timor-Leste através de uma parceria estratégica que possa também envolver as empresas portuguesas.

"A cooperação em Timor-Leste tem um potencial enorme de evoluir para novos paradigmas. Até aqui desenvolvíamos uma ação com Timor-Leste que era muito centralizada num programa plurianual, a partir de agora temos de entrar numa nova era, numa nova etapa, e tentar cimentar mais uma parceria estratégica com o Estado de Timor-Leste, porque já não faz sentido esta relação doador/recetor da ajuda", afirmou Francisco Almeida Leite.

O secretário de Estado falava aos jornalistas em Díli, onde hoje chegou para uma visita oficial, e depois de um encontro com o chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres, e os ministros da Justiça, Dionísio Babo, Agricultura, Mariano Sabino, e Educação, Bendito Freitas.

A visita a Díli está inserida numa viagem alargada que o secretário de Estado está a fazer aos países lusófonos e que tem como objetivo fazer um balanço conjunto dos principais programas e projetos da cooperação portuguesa.

"Somos parceiros, Timor-Leste está a crescer acima de 10 por cento por ano, portanto, não faz mais sentido aquela relação clássica que havia em termos de cooperação (...) mas vamos desenvolver novas formas de cooperação", afirmou.

Para Francisco Almeida Leite, esta é uma "época nova" e não deve haver "pruridos ou tabus" em relação ao envolvimento do setor privado na cooperação.

"De futuro queremos envolver cada vez mais as empresas portuguesas neste esforço que é um esforço de responsabilidade social e que traz o seu efeito retributivo. Se as empresas portuguesas se relocalizarem em Timor-Leste também acabam por ser geradoras de emprego e ajudam no esforço de cooperação", disse.

O secretário de Estado destacou também a cooperação delegada e a cooperação triangular com novas formas de fazer cooperação.

"Vamos continuar a investir nesta área, que é uma área que Timor-Leste está necessitado (...) procurando formas de cooperação triangular. Nós, Portugal, podemos entrar com o 'know-how' por causa da facilidade da língua e dos laços históricos que nos unem ao povo de Timor-Leste, mas podem outras cooperações entrar a trabalhar connosco, como por exemplo a Nova Zelândia e o Japão, que querem colaborar connosco em Timor-Leste", disse.

Neste momento, Portugal tem três projetos de cooperação delegada pela União Europeia com Timor-Leste, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento, no âmbito da comunicação social, desenvolvimento rural e da justiça.

O programa da comunicação social tem como objetivo contribuir e apoiar a implementação da Política Nacional de Comunicação Social do Governo timorense e conta com um orçamento de cerca de um milhão de euros.

O projeto teve início em janeiro de 2012 e deverá terminar no final deste ano.

O programa de desenvolvimento rural, concebido de acordo com a estratégia definida pelo Governo de Timor-Leste, visa a melhoria dos níveis de qualidade e segurança alimentar das comunidades rurais.

Esta intervenção, que tem um orçamento de oito milhões de euros e teve início em dezembro de 2011 e termina em dezembro de 2015, é desenvolvida em parceria com a agência de cooperação alemã GIZ.

Ainda no âmbito da cooperação delegada (FED), Portugal implementa também um programa na área da justiça com o objetivo de apoiar a Câmara de Contas e formação em investigação criminal, centrando-se essencialmente na capacitação de quadros timorenses e assistência técnica.

Durante a sua estada em Díli, até dia 21, Francisco Almeida Leite vai participar na reunião dos parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste, que decorre entre terça e quinta-feira, e realizar encontros bilaterais com elementos do Governo timorense.

Na quinta-feira, o secretário de Estado vai também participar na cerimónia de entrega de manuais escolares do ensino secundário geral do Ministério da Educação de Timor-Leste.

MSE // VM

Lusa/Fim
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