sexta-feira, 17 de maio de 2013

PR timorense explica na escola portuguesa em Díli que ser livre é também obedecer aos pais

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Díli, 17 mai (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, visitou hoje a escola portuguesa em Díli, enquanto encarregado de educação, para falar de cidadania, da história do país e de liberdade, que inclui também obedecer aos pais.

A presença do chefe de Estado na escola portuguesa Ruy Cinatti, onde estudam os seus três filhos, ocorreu no âmbito da iniciativa dedicada aos encarregados de educação para falarem às crianças sobre as suas profissões.

Depois de uma pequena explicação da luta pela restauração da independência do país, que celebra na segunda-feira o seu 11.º aniversário, e da conquista da liberdade, a cerca de 40 alunos do ensino básico, as perguntas não se fizeram esperar.

Se somos livres porque é que temos de fazer o que os pais querem?, questionou uma das alunas.
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"É porque a liberdade não é absoluta", explicou Taur Matan Ruak, salientando que é preciso obedecer aos pais, principalmente quando eles mandam as crianças estudar.

É que, disse Taur Matan Ruak, ser livre não é fazer o que se quer.

Logo a seguir, mais um dedo no ar para questionar: Porquê que ainda há muitas pessoas que não sentem a liberdade?

"Porque ainda há muitas dificuldades", respondeu o Presidente, que não pôde continuar porque já outro aluno lhe perguntava se gostava da liberdade.

"Adoro. Lutei tanto. Eu vivia no mato, não tinha casa, nem cama para dormir a lutar por vocês", disse, com direito a palmas.

Já no final da sessão, em declarações à agência Lusa, o Presidente confessou que algumas das perguntas foram mais difíceis do que aquelas que os jornalistas lhe costumam fazer.

"Para a idade deles fizeram perguntas muito difíceis. Mas foi interessante interagir com as crianças e tentar utilizar linguagem que os faça entender, é um desafio enorme", disse Taur Matan Ruak.

Em relação ao facto de todas as crianças fazerem perguntas relacionadas com a liberdade, Taur Matan Ruak disse estar surpreendido, porque "muitos deles nasceram depois de Timor se tornar independente".

"Esta liberdade para eles não está relacionada com a liberdade que eu não sentia. É fantástico, em crianças na idade deles, um interesse tão grande em saber o que é a liberdade", afirmou.

O dia para os encarregados de educação terminou com danças tradicionais timorenses e portuguesas.

MSE // MLL

Lusa/Fim
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