Jornal Independente - Quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 - Tradução de TIMOR HAU NIAN DOBEN
O deputado da bancada parlamentar da oposição e algumas Organizações Não Governamentais lamentaram bastante o resultado da pesquisa da Direção Nacional de Estatísticas do ministério das Finanças efetuada em 2012, onde se concluiu que o número de pobres aumentou para 49 por cento.
O deputado da bancada da Fretilin, Estanislau da Silva, lamentou que durante o governo da AMP foram gastos bilhões de dólares mas, não houve grandes mudanças em todos os setores. O problema da educação, saúde, agricultura e outros setores nas áreas remotas não tiveram mudanças significativas.
" Para nós resolvermos o problema da educação, não é só dar bolsas de estudo, isto é apenas uma parte da educação, nós precisamos de melhorar as condições das escolas em todo o território. Depois temos de aumentar a capacidade dos mestres, só assim é que nós podemos melhorar o setor da educação no país", disse Estanislau ontem aos jornalistas.
Ele disse ainda que nos últimos cinco anos, o governo da AMP que foi liderado pelo primeiro-ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, conseguiu gastar quase quatro bilhões de dólares americanos.
"Mas nós não conseguimos encontrar nenhuma mudança significativa quando vamos para o interior do país. Na semana passada, eu fui para Viqueque e quando lá cheguei, eu vi casas que foram queimadas em 1999 pelas milícias indonésias, e até hoje ainda estão erguidas e firmes, isto faz com que nós queiramos saber para onde foi o dinheiro que foi gasto pelo governo", disse.
Ele declarou que, o número de pobres que foram identificados através da pesquisa, onde foi utilizado o método da entrevista à população em todo o território, é uma amostra dos pobres do país. Nesta entrevista perguntou-se às pessoas o rendimento diário da população, acesso à educação, saúde, agricultura e o quê que comiam e bebiam diariamente.
Os resultados apresentados pelo primeiro-ministro são: a Direção Nacional de Estatísticas registou que 49 por cento da população é pobre e vive abaixo do limiar da pobreza, estas pessoas têm um rendimento diário de 80 cêntimos e 75 por cento estão desempregadas.
Críticas similares foram feitas por algumas Organizações Não Governamentais (ONG), estas afirmaram que durante o mandato da AMP, o governo " derramou" dinheiro, todavia, não houve uma alteração significativa na política de redução da pobreza.
O pesquisador da ONG Luta Hamutuk (LH), Juvinal Dias, disse que durante o mandato do governo da AMP não conseguiram concretizar o plano de redução do número dos pobres em Timor-Leste, porque o resultado da pesquisa realizada demonstra que 49 por cento da população do país vive na pobreza.
"O nosso governo diz que Timor-Leste teve um crescimento económico de dois dígitos ou de 12 por cento, mas nós da LH, não acreditamos, porque não condiz com o número de pobres, que continua a aumentar", disse o investigador da Luta Hamutuk.
Juvinal acrescentou que, "durante vários anos o governo gastou o dinheiro do petróleo do mar de Timor em áreas que não deram benefícios diretos para os pobres do país". "Em 2012, o governo gastou quase 238 milhões para o óleo pesado, em 2011 gastou quase 400 milhões, mas resultados para o povo, nós não vemos", disse.
Os dados do Banco Mundial mostram que 45.3 por cento das crianças com menos de cinco anos sofrem de malnutrição.
O índice da ONU para o desenvolvimento humanitário indica que Timor-Leste, está classificado em 147.º lugar, num total de 187 países.
O relatório da AusAID identificou que, 40 por cento da população está desempregada e diz que 6.5 por cento são mulheres jovens (virgens). Do mesmo modo, o resultado da pesquisa da ONG Fórum Tau Matan demonstrou que 70 por cento da população habita em casas sem condições e encontram-se em perigo de não serem donos de um pedaço de terra.
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